quinta-feira, 28 de abril de 2011

Tomate recheado com risoto


Aqui vão duas receitas em uma. Vou compartilhar dicas para um risoto feliz e também de tomate recheado. São preparações fáceis, leves e rápidas – tudo que a gente quer, né?!
O risoto é um prato que pede algumas sutilezas para dar certo de verdade. É bom saber pra fazer em casa, mas também para não ser passado para trás em restaurantes, que servem muito arroz aromatizado como se fosse o tal. Risoto não pode ser feito com arroz agulhinha, pelamordedeus!
Há três tipos de arroz para risoto: arbório, carnaroli e vialone nano. Entre esses três, é uma questão de gosto e estilo. Antes de começar a fazer, há dois cuidados importantes: não se deve lavar o arroz ( ele amolece e começa a liberar o amido antes da hora) e a panela ideal é com borda aberta e fundo grosso, pra melhor distribuição do calor e evaporação dos líquidos.
Os ingredientes básicos de qualquer risoto são: manteiga, cebola (quase sempre), arroz, vinho e caldo. O vinho é importante porque é um ácido que vai ajudar a liberar o amido dos grãos e dar a cremosidade típica do prato. Outro elemento que dá cremosidade é a finalização com manteiga (e às vezes queijo). E se a manteiga tiver gelada, dá o melhor resultado.
Então, basicamente, o risoto começa com manteiga derretida, cebola, depois vem o arroz e o vinho. Quando o vinho evaporar, colocamos ingredientes extras de cada receita (legumes, carnes) e o caldo. O caldo caseiro é o melhor, obviamente, e não precisa ser nada complicado. Basta um mirepoix (cebola, cenoura e salsão/aipo picadinhos) ou ervas que tivermos na geladeira. Quem quiser pular essa parte ou tiver com pressa, recomendo os novos caldos da Knorr em potinho (que o Alex Atala faz propaganda). São mais saborosos e menos salgados que os tabletinhos.
Eu fiz risoto de tomate, aproveitando a polpa que tirei dos tomates para rechear. Fiz um mirepoix capenga (não tinha salsão em casa), com cenoura baby, cebola e ervas frescas que tenho na varanda: manjericão, tomilho e alecrim. Não leva sal, nem gordura nenhuma. É só uma água quente aromatizada que faz toda a diferença. Pus tudo pra ferver enquanto preparei o resto.
Pro tomate recheado, deve-se cortar a tampa e depois cortar a polpa fazendo um círculo, sem encostar na parede dele. Quando sai a parte durinha da polpa, aprendi a tirar as sementes com a mão mesmo, aproveitando o suco que tem ali. Essa parte molhadinha com as sementes vai pra peneira e solta ainda mais suco. Já a polpa, vai pra tábua de corte e serve como tomate picado. Ou seja, 100% de aproveitamento.
O ponto do risoto é outra parte do segredo de sucesso. O arroz deve ficar al dente , nunca molinho e cozido demais. Para principiantes, o melhor jeito é provar mesmo. O grão dobra de tamanho e muda de cor. Com a prática, dá pra identificar o ponto observando a aparência. Durante a cocção, não podemos deixar grãozinhos grudados na parede da panela, pois eles ficam super duros. Resgate todos eles pro miolo.
Como usei o risoto pra rechear o tomate, que iria ao forno, deixei mais al dente que o normal, pra ele terminar de receber calor ao assar. Depois de preencher os tomates com o risoto, se a tampa cortada tiver bonitinha, ela pode voltar pra tapar o tomate e dispensa papel alumínio, pois abafa o recheio do mesmo jeito. Se a tampa tiver machucada ou manchada, aí é só colocar um pouquinho de queijo ralado e um quadrado de papel alumínio em cima, pra esquentar direitinho.
Quem não quiser fazer risoto, o tomate pode ser recheado com arroz comum. Também é preciso dar uma pré-cozida, porque o tomate assa rápido e vai esborrachar na forma até o arroz cozinhar. E vale acrescentar uma carne seca ou carne moída ou frango desfiado ou camarão ou bacalhau... pro tomate recheado virar uma refeição completa.
Receita de risoto de tomate
6 a 8 xícaras de caldo de legumes
2 colheres de sopa de manteiga sem sal
½ cebola picadinha
1 xícara de arroz para risoto
¼ xícara de vinho branco
Polpa de 4 tomates picadinha + suco extraído das sementes
Sal e pimenta a gosto
Queijo ralado a gosto
Preparo:  Aqueça o caldo de legumes e reserve. Em uma panela de borda aberta e fundo grosso, derreta uma colher de manteiga e refogue a cebola. Junte o arroz e refogue por cerca de 3 minutos, mexendo sempre. Acrescente o vinho e ferva até evaporar. Despeje 1 xícara do caldo de legumes, suco do tomate e mexa até o arroz absorver os líquidos. Acrescente o tomate picadinho e vá acrescentando mais caldo, uma xícara de cada vez e checando o ponto, até ficar al dente. Tempere com sal e pimenta. Junte o resto da manteiga (gelada) e desligue o fogo. Polvilhe com queijo ralado, misture tudo e sirva imediatamente.
Rendimento: 2 pessoas
Receita de tomate recheado
4 tomates médios firmes
½ xícara  de arroz comum ou arbório pré-cozido
Preparo: Pré-aqueça o forno a 200ºC. Corte a tampa superior dos tomates, retire toda a polpa e sementes. Passe as sementes por uma peneira e reserve o suco (rende pouco menos de 1 xícara). Pique a polpa em cubinhos. Refogue o arroz com alho, polpa picada, ervas e temperos ou faça um risoto – ambas opções al dente, para terminar de cozinhar no calor no forno. Coloque os tomates em um refratário, recheie-os com arroz ou risoto sem encher demais. Se as tampas cortadas estiverem bonitas, recoloque-as sobre os tomates e leve ao forno. Se estiverem machucadas ou manchadas, polvilhe com queijo ralado, cubra com papel alumínio e leve ao forno por cerca de 20 minutos ou até a casca começar a rachar.
Rendimento: 2 pessoas

domingo, 24 de abril de 2011

Dicas de bacalhau pro ano todo

Essa semana foi bem rica de informações e dicas sobre bacalhau. Eu testei algumas e valem a pena adotar. Apesar da nossa tradição em preparar o peixe há gerações, muitos procedimentos que aprendi nos últimos dias foram novidade para minha mãe e sogra, dois termômetros bem próximos de quem faz uma bacalhoada gostosa.
O primeiro passo pra se dar bem na receita é saber o que está comprando. Em ordem de qualidade:

1) Gadus Morhua – o mais nobre, da Noruega
2) Molva molva (Ling) – postas grossas, claras. Bom pra ir ao forno ou panela.
3) Saithe – cor mais escura e se desfaz com facilidade. Bom pra receitas com iscas, refogados
4) Brosmius brosme (Zarbo) – o mais escuro e fibroso. Bom pra recheios, bolinho.
5) Gadus macrocephalus – não é bacalhau, só parece. Carne branca e dura. Bom pra caldos, bolinho e recheios.
A segunda etapa é dessalgar o bacalhau. As duas dicas mais legais e fáceis de fazer são:

- manter o peixe de molho em água gelada, sem tirar a pele e espinha, que dão boa parte do sabor característico! Colocar muita água não adianta, é só o suficiente para cobrir a carne mesmo. E, na hora de trocar a água, não coloque água direto da torneira. Deixe uma vasilha com água na geladeira, pra ela ficar na mesma temperatura do bacalhau. A diferença térmica enrijece as fibras dele. E o tempo também é essencial, pois se ficar demais, o sabor vai embora. São 24 horas para postas médias e 48 horas para postas grossas.

(Eu comprei uma bandejinha de saithe desfiado e outra de postas pequenas de gadus morhua, pra não pesar no bolso. Deixei de molho na geladeira por 24 horas e troquei a água 2 vezes. Ficou ótimo! Foi suficiente pra ficar saboroso e não salgado.)

- a outra dica é na hora de aferventar. Não se deve deixar o bacalhau fervendo, ele fica borrachudo. Se for só aferventar e jogar a água fora, deixe a água ferver, coloque o bacalhau e deixe por cinco minutos com o fogo aceso, depois desligue e deixe descansando na água quente por 10 minutos. Depois disso, é o momento ideal pra tirar a pele e espinha.

Se for usar a água da fervura pra cozinhar batatas e legumes, o ideal é colocar o bacalhau na panela com água fria e, quando levantar fervura, desligar o fogo e deixar descansar por 10 a 15 minutos. Aí, retira-se o bacalhau e usa-se a água para cozinhar os acompanhamentos com o gostinho dele.

Finalmente, para assar e não ressecar, a temperatura ideal é 150º C.

Tomate + arroz
Para acompanhar, sugiro um preparo simples que aprendi segunda-feira, num cursinho prático, de curta duração, no Senac. Serve pra risoto e pra arroz comum. Na hora de picar o tomate, tiramos as sementes cortando o tampo, retirando a parte branca da polpa e as bolsinhas de semente que têm suco e uma membrana vermelha, certo?

Se vc colocar as sementes em uma peneira e mexê-las, vai se surpreender com o suco que vai render, pronto para dar mais sabor à cocção do arroz.

Eu fiz um refogado básico de cebola e alho, acrescentei a polpa picadinha de tomate e sal. Coloquei o arroz e, despejei o suco de tomate e água, para cozinhar.

Em caso de risoto, depois do refogado e tempero viria o vinho branco e depois o caldo. Simples assim.

E a mesma lógica serve pra deixar os molhos de tomate caseiros mais gostosos também, não acham?


Receita de arroz com tomate
Meia cebola picadinha
1 dente de alho picadinho
2 tomates picados, separando as sementes para passar na peneira
1 xícara de arroz
Tempero a gosto
Azeite a gosto
Preparo: Peneire as sementes dos tomates até soltar toda a polpa e suco, reserve o suco. Refogue em azeite a cebola, alho e tomate, nesta ordem. Acrescente o tempero e, em seguida, o arroz, mexendo para incorporar o refogado. Coloque o suco e complete com água. Acerte o tempero e deixe cozinhar. Decore com pedaços ou fatias de tomate cru ou só abafado no calor da panela.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Qual a sua bruschetta favorita?

Poucas receitas são tão fáceis, rápidas e versáteis como a bruschetta. Mas isso não quer dizer que ela não mereça um capricho. Além da infinidade de sabores que me divertem sempre, descobri que um detalhe bem simples faz toda a diferença: o alho.
A proposta da noite era fazer um festivalzinho a dois, só com bruschettas e vinho. E pra não perder a oportunidade de fazer uma pesquisinha gastronômica, misturei os truques e dicas que achei mais interessantes.
O preparo adotado foi colocar azeite em um dos lados da fatia de pão fresco e torrar um pouquinho na frigideira. Como o pão fica mais durinho torrado, fica mais fácil esfregar o alho cru sobre a superfície na qual irá o recheio. Esse foi o detalhe que mais me deu prazer... esse alhinho aparentemente dispensável faz toda a diferença no sabor. É só cortar um dente ao meio e esfregar a parte úmida sobre o pão. Quando a gente morde, dá pra sentir o alho suave e ele ajuda a realçar o sabor  dos outros elementos.
Montada a base, as coberturas são criatividade pura e disponibilidade de ingredientes. Fizemos a mais tradicional, só com tomate e manjericão. E, na sequência, a versão brasileira, acrescentando queijo.
E colocar queijo em coberturas causa uma polêmica engraçada aqui em casa. Em Minas, a gente coloca o queijo por baixo, inclusive na pizza. O queijo derretido por baixo dá liga e acomoda o que estiver por cima. Já aqui em SP, o queijo vai por cima de tudo. Admito a vantagem do queijo preservar a umidade do que está por baixo. Mas não gosto do efeito “surpresa” de não saber exatamente o que tem embaixo. Além disso, as bocadas desmoronam mais, o queijo desestrutura o que está cobrindo.
Discussões-profundamente-filosóficas-que-vão-mudar-sua-vida à parte, eu faço meio a meio em casa, pra não render debates sem fim. Mas, na primeira foto, dá pra ver as bruschettas que meu marido fez, com queijo tampando a fatia de copa e outra com tomate e manjericão hehehe.
Combinações
Depois da descoberta do alho, as variações de cobertura são a melhor parte.  Sempre dá uma dúvida entre repetir as favoritas ou inventar novas modas. Dessa vez, a campeã foi a reprodução de uma bruschetta que comemos na Itália, de provolone com mel. Gente, é pra ir correndo fazer... Ficou muito bom deixar um pedacinho da casca, defumada. (só tem que lavar porque essa casca pode ter ficado exposta no mercado). E uma dica é colocar o mel só depois que o queijo já estiver derretido. Porque ele escorre pra fora do pão e faz um caramelinho delicioso, mas se ficar mais tempo, queima e fica amargo.
Eu faço bastante, como bruschetta ou canapé, a combinação de gorgonzola com tomate. E adoro usar também alho poró e todo tipo de ervas frescas. Queijo de cabra... Rosbife com mostarda também é um sucesso... e as receitas com frutas e geleias têm seu lugar. Não é gostoso criar, sem limites?

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Os 10 melhores restaurantes do mundo

A revista inglesa Restaurant divulgou hoje o ranking dos melhores estabelecimentos do mundo. O D.O.M, do Alex Atala, subiu para honroso 7º lugar. Tirando ele, as possibilidades da gente conferir os tops de vários cantos do mundo são remotas, neam? Então, compartilho uma galeria de fotos e informações básicas, pra quem quiser ficar por dentro.

1º lugar
Noma – Copenhagen, Dinamarca - http://www.noma.dk


Utiliza e divulga produtos nórdicos  por meio de técnicas gastronômicas criativas, que surpreendem as sensações do visitante.

A Restaurant usou essa entrada para justificar a escolha. É um exemplo da genialidade gastronômica do Noma, que usa mini cenouras crocantes cultivadas em região de fjords. Elas são servidas como se estivessem plantadas na terra (preparação com malte, avelãs e cerveja), sobre uma emulsão de creme de ervas.

O chef

2º lugar
El Celler de Can Roca – Girona, Espanha - http://www.cellercanroca.com/PORTADA/intro.htm

Três irmãos estrategicamente divididos em funções diferentes são os responsáveis pelo empreendimento. Joan Roca é o chef, Josef é o sommelier e Jordi, o confeiteiro.

O espaço foi concebido para exercer uma sinergia com a natureza, que é refletida também no cardápio. Tudo orgânico no melhor dos sentidos.

Confit de porco ibérico com molho de laranja e mini cebola branca

3º lugar
Mugaritz – perto de San Sebastián, Espanha http://www.mugaritz.com

É um restaurante considerado mais despretensioso que o El Bulli, do Ferran Adriá, mas não menos genial.

Andoni Luis Aduriz Chef tímido e meticuloso é bem diferente de vários colegas conterrâneos que são ótimos de marketing.

Sobremesa à base de mel e aveia fecha o menu degustação com sabores que remetem à infância.

4º lugar
Osteria Francescana – Modena, Itália http://www.osteriafrancescana.it

Boa parte do conceito do restaurante italiano é baseada na arte, presente no ambiente e na composição dos pratos.

O chef Massimo Bottura se inspira em memórias afetivas, ingredientes tipicamente italianos e apresenta tudo com técnicas contemporâneas.

À combinação clássica de ovo com presunto, ele uniu lembranças de brigas com os irmãos para criar esse prato com cara de obra de arte.

5º lugar
The Fat Duck – Bray-on-Thames, Reino Unido http://www.thefatduck.co.uk

Com três estrelas do Guia Michelin, o restaurante já foi o primeiro do mundo e também já fechou após um escândalo de contaminação alimentar de clientes. 

O chef Heston Blumenthal é considerado um alquimista da culinária que não negligencia nenhum dos sentidos do comensal. Uma refeição no restaurante dele tem fama de ser divertida e inesquecível.

O “barulho do mar” é um dos pratos mais conhecidos do chef, que recriou o fundo do oceano em uma tábua de vidro com peixes, espumas e legumes. Faz parte da experiência gastronômica, a concha marinha com um iPod reproduzindo o barulho da água.

6º  lugar
Alinea – Chicago, Estados Unidos http://www.alinea-restaurant.com/

Receitas desconstruídas, combinações de sabor improváveis e montagens esculturais fizeram história na gastronomia norte-americana. Alimentos suspensos, tubos de ensaio e vasilhames em multicamadas fazem parte do pacote.

O sucesso e inovação do restaurante elevaram o chef Grant Achatz à potência máxima no cenário dos Estados Unidos e do mundo.

Combinações de ingredientes e sabores inesperados fazem parte do conceito do Alinea, que mistura bacon, manteiga, açúcar mascavo, maçã e alecrim em uma apresentação detalhista e delicada.

7º lugar
D.O.M. – São Paulo, Brasil http://www.domrestaurante.com.br

O maior representante brasileiro no cenário contemporâneo internacional pulou do 18º para o 7º melhor restaurante do mundo.

O chef Alex Atala soube divulgar e aproveitar ingredientes nacionais pouco conhecidos dos brasileiros e encantadores aos olhos do público estrangeiro, como peixes, farinhas, frutos e verduras da Amazônia e outras regiões do país.

Filé curado com agrião e chocolate amargo ao sal defumado é um exemplo da criatividade e sofisticação do chef brasileiro.

8
º lugar
Arzak – San Sebastian, Espanha
http://www.arzak.es/

O negócio familiar que já está na terceira geração e recebe estrelas do Guia Michelin desde a década de 1970 hoje é representado por Juan Mari Arzak e a filha Elena. 

A dupla cria pratos com ingredientes bascos e visual arrebatador, sem perder a chance de distribuir o calor familiar que move o negócio.

Na 8ª edição do Madridfusión, os Arzaks fizeram parceria com Philips Design para mostrar um nível bem intenso de gastronomia sensorial. O prato “Fama” remete aos famosos 15 minutos de fama, quando uma pessoa em destaque fica sob um holofote. O prato responde ao toque em quatro áreas diferentes, que se acendem quando elementos são retirados ou acrescentados.

9º lugar
Le Chateaubriand – Paris, França

Democrático, divertido e despretensioso são definições frequentes para o único francês do Top 10.

O menu é assinado pelo chef basco Inaki Aizpitarte, que tem fama de saber o que quer e não ligar para quem discorda do esquema dele. O menu tem preço fixo, com 5 etapas e a carta de vinhos é adepta dos biodinâmicos.

A textura dos pratos é um dos atributos mais elogiados pelos visitantes, como as vieiras cruas com pó de tamarindo e batatas roxas.

10º lugar
Per Se – Nova York, Estados Unidos http://www.perseny.com/

Releitura assumida da cozinha francesa muda o cardápio diariamente, com 30 mil preparações diferentes ao longo dos anos.

O chef Thomas Keller é dono de três estrelas do Guia Michelin e conhecido pela criatividade e consistência.

O clássico ratatouille na versão do Per Se é um dos favoritos dos fãs do trabalho do chef californiano. Simples e lindo.

Quais desses encheram mais os olhos? O povo quer saber!

O resultado completo do prêmio está aqui.

domingo, 17 de abril de 2011

Costela assada no saco

O domingo foi bem divertido na cozinha! Tomei coragem para testar um saco plástico para assados que comprei semanas atrás no supermercado. As cobaias foram duas porções de costela, uma bovina, outra suína. Costelão ou costelinha... se não for macia, não presta. Então, para a cocção lenta e a promessa do plástico de preservar aromas, sabor e líquidos, calhou bem.
Sempre fui fã de costelinha de porco (e a mineira clichê ataca novamente), cozida, frita, assada, churrasqueada, com canjiquinha, quiabo, vale tudo. Mas para a costela de boi sou chatinha, principalmente pela textura. Em Buenos Aires, fiquei de queixo caído com o assado de tira no restaurante La Lorenza, na Recoleta. A carne era tão macia e saborosa que parecia um pedaço de filé com enxerto de osso.
Aí fui ao mercado, tinha uma bandeja com uma peça linda de costela premium, que me lembrou Buenos Aires na hora, e comprei. Apesar de super promissora, fiquei com medo dela não estar tão macia ou do experimento desandar, então me garanti com uma bandeja de costela de porco também.
As instruções de uso do saco plástico são bem simples. Na embalagem, já vêm os fechos, parecidos com aqueles lacres de empresa aérea pra quem não tem cadeado na mala. Eles recomendam furar o saco, pra não inflar de ar.
Os pontos positivos são vários: a gente consegue ajeitar a carne exatamente como quer, inclusive os temperos, pois não é preciso virar de lado, nem regar com líquido. Eu temperei a costela de boi com sal e pimenta horas antes do preparo. Depois coloquei a carne dentro do saco, acrescentei um pouco de azeite e lâminas de alho por cima. Fechei o saco até a metade, tirei o máximo de ar lá de dentro e apertei o fecho. A costela de porco, eu usei um tempero batido de sal com ervas frescas, um limão espremido e alecrim. Adorei poder distribuir o alho e alecrim do jeito que queria sobre as carnes, pois não sairiam daquele lugar. #TOC.
Coloquei o forno na temperatura mais baixa (não pode passar de 200 graus) e deixei lá por 2h30. Ficou tudo gostoso e macio. Outro motivo para amar o saquinho é que não suja absolutamente nada. O único ponto negativo foi a dificuldade de saber o ponto da carne lá dentro do saco. Pode ter sido barbeiragem minha, mas se eu ficasse furando o saco pra ver se estava macio, perderia o efeito da cocção, certo? E o saco embaça um pouco, não dá pra analisar detalhes de textura. Por isso, como estava em dúvida, deixei mais tempo no forno, pra garantir.
A experiência foi ótima. As carnes ficaram tenras e saborosas. Quando a gente rompe o plástico, vem o aroma concentrado e delicioso de tudo que está lá dentro. E tudo tão macio que os ossos soltaram das carnes, que ficaram até desfiando. Já estou planejando a vez de um frango assado no saco!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Bolo de chocolate surpreendentemente integral

No fim de semana passado, meu marido pediu pra eu fazer um bolo pra ele. Eu adoro bolo, doces, claro. Mas evito fazer pra não engordar demais. Só que dessa vez, quando ele tocou no assunto, lembrei de uma receita que tinha visto no blog de uma colega do curso de Jornalismo Gastronômico do Senac. O post tinha uma foto sensacional e a receita: bolo de chocolate integral. Fiquei toda animada, quase culpada de aceitar o pedido do marido com segundas intenções, e segui o conselho do blog da Andrea, que se chama Então... bora pra cozinha!

O bolo leva farinha de trigo integral, cacau e açúcar mascavo em vez de chocolate em pó, e iogurte natural. O resultado é um sucesso porque ele fica bem escuro e úmido, quase um brownie. A consistência, quando a gente corta, é bem molhadinha e esfarela um pouco. Dá vontade de lamber a faca (claro que eu fiz isso #semvergonha) E o sabor tem um azedinho de leve do iogurte que é bom demaaais.
É um prazer comer um bolo gostoso e pensar que é nutritivo, não só engordativo. E ele passou num teste decisivo, foi aprovado pela Luísa, minha sobrinha de 7 anos que só come meia dúzia de coisas – entre macarrão puro, nuggets, quibe e cia. Bom, claro que de chocolate ela é super mega fã... então a farinha integral e o iogurte entram na equação de brinde, sem ela desconfiar. A única restrição da pequena foi tirar a castanha do pará picadinha que joguei por cima da calda. Eu posso conviver com isso.
Eu decorei com a mesma calda que a Andrea usou na receita dela, mas polvilhei com castanha. A Andrea recomenda doce de leite também... e já estou salivando de imaginar como fica.

Receita
2 xícaras de farinha de trigo integral
½ xícara de cacau em pó sem açúcar
2/3 xícara de manteiga em temperatura ambiente
1 xícara de açúcar mascavo ou demerara
1 xícara de açúcar cristal
2 ovos
250ml de iogurte natural sem açúcar
1 colher de chá de fermento em pó
¼ de colher de chá de bicarbonato de sódio
Preparo: Bata na batedeira a manteiga e açúcares até formar um creme. Adicione um ovo, bata a massa, depois adicione o outro. Junte todos os ingredientes secos e peneire sobre o creme, mexendo para incorporar delicadamente. Acrescente o iogurte e misture sem bater muito. Despeje a massa sobre uma assadeira retangular (+ 28x18), untada e esfarinhada, e asse no forno preaquecido a 180 graus, por cerca de 30 minutos.  Retire o bolo do forno, deixe esfriar por 5 minutos e desenforme, cobrindo com a calda ainda quente.
Rendimento: 16 porções
Calda de cobertura
1 colher de sopa de manteiga
5 colheres de sopa açúcar
3 colheres de sopa de chocolate em pó
1 colher de sopa de leite
Preparo: Em uma panela pequena, misture todos os ingredientes por cerca de 3 minutos, mexendo sempre. Despeje a cobertura sobre o bolo ainda quente. Enfeite com chocolate granulado, em pedaços, frutas ou castanhas.

domingo, 10 de abril de 2011

Torta de queijo com tomate na massa de azeite


Tenho navegado loucamente em blogs e sites de gastronomia de todo tipo. E as receitas promissoras são tantas que essa semana foi bem produtiva na cozinha. A melhor de todas foi a torta com massa integral, à base de azeite, e recheio de queijo e tomate.
A massa é ótima e pretendo usá-la com outros recheios. Fica bem saborosa, crocante e é uma delícia pensar que é nutritiva. Logo que a gente adiciona o azeite na mistura, o prazer já começa porque ele exala tanto que quase provei a massa crua. #gulosa
O recheio pode variar bastante. A versão original recomenda queijo gruyere, mas misturei dele com mussarela de búfala de bolinha e canastra meia cura contrabandeado religiosamente de Minas. Também deveria usar maionese pra dar liga ao queijo, eu usei 1/3 de maionese light e o restante com um creme de ricota que tenho comprado, da marca Tirolez (meu requeijão de dieta) :-P O último toque pessoal à torta foi carregar um pouco mais na pimenta, já que seria consumida à noite, como tira-gosto de cerveja na varanda. Foi aprovada com louvor.

Massa de azeite
1 xícara de farinha de trigo
1 xícara de farinha de trigo integral
1 colher de chá de ervas desidratadas (usei tomilho e alecrim)
1 colher de chá de sal
¼ xícara de azeite
½ xícara de água
Preparo: Despeje os ingredientes secos em uma recipiente, adicione o azeite e misture com um garfo. Adicione a água aos poucos e sove até a massa formar uma bola. Se gostar da massa bem fina, abra com um rolo sobre uma superfície esfarinhada e depois coloque sobre a forma para assar. Se preferir, faça bolinhas de massa e vá apertando contra a forma untada, unindo os pedaços até forrar toda a forma, com 30 cm de diâmetro. Leve para assar em forno preaquecido a 200 graus, por 10 minutos.

Recheio de queijo com tomate
½ cebola picada
3 xícaras de tomate sem semente, cortados em fatias de 1 cm (ou tomate cereja cortado ao meio)
¼ xícara de manjericão picado
2 xícaras de queijo ralado ou picadinho (gruyere, emmental, mussarela comum ou de búfala)
3/4 xícara de maionese (pode usar light e substituir parte dela por creme de ricota)
1 colher de chá de molho de pimenta
Sal a gosto

Preparo: Faça uma primeira camada com cebola picada no fundo da massa pré-assada. Esprema os tomates para retirar o máximo de líquido, usando toalhas de papel ou pano de prato, e espalhe-os sobre a cebola, seguido do manjericão. Em um recipiente à parte, misture o queijo, maionese e o molho de pimenta. Acerte o sal. Cubra o tomate e asse a torta até ficar dourada e borbulhando, por cerca de 30 minutos, a 200 graus.